segunda-feira, novembro 19, 2007
sexta-feira, novembro 02, 2007
À peugada da Luz (I)
Conheço a Praia da Luz desde que nasci. Há mais de trinta e alguns anos.
Na verdade, são duas praias: uma quase de areia e outra quase de rocha. Nesta última, na prainha, fazia mergulho a uma centena de metros da costa. Observava as espinhosas e coloridas estrelas do mar (as mais raras eram lilazes), os chocos, os linguados, os polvos, os salmonetes, os cardumes de carapaus. Na costa, apanhavam-se camarões, ouriços, caramujos, santolas, caranguejos gigantes, lapas e… os lixados dos mexilhões. Muitos deles estavam predestinados a petiscos saboreados pela tarde até noite fora.
Na verdade, são duas praias: uma quase de areia e outra quase de rocha. Nesta última, na prainha, fazia mergulho a uma centena de metros da costa. Observava as espinhosas e coloridas estrelas do mar (as mais raras eram lilazes), os chocos, os linguados, os polvos, os salmonetes, os cardumes de carapaus. Na costa, apanhavam-se camarões, ouriços, caramujos, santolas, caranguejos gigantes, lapas e… os lixados dos mexilhões. Muitos deles estavam predestinados a petiscos saboreados pela tarde até noite fora.
As praias naquela zona ainda não pertenciam ao Algarve atolhado em alicerces, alvenarias, sucatas e plásticos. Tinham mais iodo e menos alumínio...
Era uma aldeia de pescadores salpicada por moradias de veraneantes - como eu - e umas quintas com figueiras, alfarrobeiras e medronheiros pelo interior.
Uma aldeia pacata, de famílias, de crianças, de pessoas e de doutores reconhecidos pelos curricula certificados pelo único cabeleireiro (êxtase!) do sítio.
Quase que acredito que o mais espectacular incidente que por lá aconteceu foi comigo: fui abalroado por um condutor bêbado francês, num mísero Peugeot 205 cti, às 6:35 da madrugada, guindando para a sucata o meu lindíssimo Honda Civic VTI-Vtec, 160 cavalos, preto. Prontamente, o Sr. Agente Cobra tentou comunicar a ocorrência ao Sr. Agente Lagarto por Walkie-Talkie. Contudo, em vão. Ainda assim, o meu amigo pendura sugeriu, em tom de laracha, que talvez faltasse pilhas ao aparelho… Qual o espanto, o Sr. Agente Cobra acenou afirmativamente profundamente desagradado: - Esta merda verte baba!
Tudo bem, eram os idos anos noventa do século passado, pois então.
Era uma aldeia de pescadores salpicada por moradias de veraneantes - como eu - e umas quintas com figueiras, alfarrobeiras e medronheiros pelo interior.
Uma aldeia pacata, de famílias, de crianças, de pessoas e de doutores reconhecidos pelos curricula certificados pelo único cabeleireiro (êxtase!) do sítio.
Quase que acredito que o mais espectacular incidente que por lá aconteceu foi comigo: fui abalroado por um condutor bêbado francês, num mísero Peugeot 205 cti, às 6:35 da madrugada, guindando para a sucata o meu lindíssimo Honda Civic VTI-Vtec, 160 cavalos, preto. Prontamente, o Sr. Agente Cobra tentou comunicar a ocorrência ao Sr. Agente Lagarto por Walkie-Talkie. Contudo, em vão. Ainda assim, o meu amigo pendura sugeriu, em tom de laracha, que talvez faltasse pilhas ao aparelho… Qual o espanto, o Sr. Agente Cobra acenou afirmativamente profundamente desagradado: - Esta merda verte baba!
Tudo bem, eram os idos anos noventa do século passado, pois então.